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Ainda falta muita coisa para que o ciclista se sinta seguro na cidade de Belém |
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Ciclofaixa da avenida Duque de Caxias tem problemas em alguns trechos |
3ozm
Elias Silva – engenheiro eletrônico
Em 19 de agosto será comemorado o Dia Nacional do Ciclista, objetivando promover o uso da bicicleta como um meio de transporte saudável e ecologicamente correto. Porém, os ciclistas da região metropolitana de Belém não têm muito que comemorar.
Nossa região é plana e bem arborizada, mas a falta de incentivos por parte do poder público municipal, são ineficientes para que a bicicleta possa ser um importante recurso integrado ao sistema de mobilidade urbana, da população. Aos muitos ciclistas, o uso da bicicleta é apenas uma prática esportiva e lazer.
E o que dificulta o uso das “magrelas” no dia-a-dia?
A bicicleta ou simplesmente, bike, em alguns países é o principal meio de transporte urbano, independentemente da classe social, idade, formação ou cultura. Mas existe uma classe de trabalhadores, na capital paraense, que há bastante tempo utiliza a bicicleta como transporte, diário.
Basta observar em um canteiro obras, a quantidade de bicicletas acorrentadas pelos operários da Construção Civil, que ali trabalham. De uma forma menos significativa, também se destacam os vendedores ambulantes, vigilantes, padeiros, pedreiros, jornaleiros…
Para que outras classes de trabalhadores utilizem este recurso de transporte no dia-a-dia, temos que procurar evidências nos motivos que levam boa da população de um país, a adotar a bicicleta como o principal meio de transporte urbano.
Investimentos em infraestrutura, educação e uma legislação eficaz, fazem da Holanda, um dos melhores, senão o melhor, lugar do mundo para se pedalar. Priorizar as bicicletas é a política pública local desde a década de 70. Hoje, 34% dos deslocamentos de até 7,5km na Holanda são realizados por bicicletas, em comparação a 4% no Brasil.
Outros países também já utilizam maciçamente a bicicleta como meio de transporte urbano, são eles: Índia, Noruega, Colômbia, Austrália, Alemanha, França, Dinamarca, China, Espanha, Japão, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos…
No Brasil, os estados do Rio de Janeiro e São Paulo vêm aderindo de forma significativa ao uso das bikes e patinetes elétricos, para atenuar os diversos problemas de congestionamentos e a precária qualidade do ar. A expansão da malha cicloviária e dos serviços de alugueis destes, são fatores de incentivos ao modal.
Na capital do Pará, além de termos ciclofaixas de péssima qualidade, também não há interligação entre elas, ou seja, é necessário utilizar as ruas para atingir o ponto final do deslocamento, o que em muitos casos representa perigo iminente.
As ciclovias das avenidas Almirante Barroso, Duque de Caxias, José Bonifácio, Mundurucus e Perimetral, estão em toda sua extensão com diversos problemas, tais como piso irregular, padrão incompatível e falta de sinalização (horizontal e vertical)….
A insegurança pública e a carência de estacionamentos adequados, também são fatores que causam desânimo na utilização da bicicleta como transporte urbano. Vale lembrar também, que muitos motoristas e motociclistas, não respeitam estas vias destinadas exclusivamente ao uso de bicicletas.
Oferecer condições satisfatórias por parte do poder público municipal da cidade de Belém do Pará, poderia alavancar uma mudança de hábitos da sociedade, porque muitos acreditam que usar bicicleta no cotidiano é algo extremamente perigoso. Logo, o uso destas é pouco significativo, pois é comum ver carros, ônibus e caminhões, fazendo valer a lei do mais forte.
Aquecimento global, trânsito caótico e insatisfação dos transportes públicos, são temas frequentes nas mídias e cabe a responsabilidade de todos nós, contribuir com iniciativas que possam trazer benefícios à sociedade e ao meio ambiente.
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