A região metropolitana de Belém vive uma crise de segurança que coloca em risco os mais de 2 milhões de moradores. Novos dados do Instituto Fogo Cruzado, que monitora a violência armada desde novembro de 2023, mostram que, até 22 de maio de 2025, a região atingiu a marca de mil pessoas baleadas, sendo 771 mortas e 229 feridas por disparos de arma de fogo. A situação está longe de ser tranquila, e os números expõem uma realidade de medo e vulnerabilidade que se espalha por Belém e cidades vizinhas. 4d2g2i
A capital paraense, Belém, é o epicentro da violência, concentrando mais da metade dos casos, com 511 vítimas baleadas. Ananindeua registra 193 casos, seguida por Marituba (104), Castanhal (74), Barcarena (54), Benevides (34), Santa Izabel do Pará (26) e Santa Bárbara do Pará (4). A violência armada não poupa ninguém: 44% das vítimas (436) foram atingidas em homicídios ou tentativas de homicídio, o principal motivo dos disparos, enquanto 429 pessoas foram baleadas em ações ou operações policiais.
Entre os casos mais chocantes, estão 29 mortos em chacinas, oito vítimas de balas perdidas (duas fatais) e sete casos de feminicídio ou tentativa de feminicídio por arma de fogo.
O perfil das vítimas reflete a amplitude da crise. Adultos entre 18 e 59 anos representam a maioria (969), mas a violência também atinge adolescentes (16), idosos (7) e até crianças (2). Em termos raciais, 507 vítimas eram negras, 143 brancas, e 350 não tiveram a cor identificada. Profissões também estão no alvo: 58 agentes de segurança, nove motoristas de aplicativo, dez mototaxistas ou entregadores, três pessoas ligadas à política e dois vendedores ambulantes foram baleados.
Os locais dos incidentes mostram que ninguém está seguro, nem mesmo em casa. Ao menos 115 pessoas foram atingidas dentro de residências, 49 em automóveis, 34 em bares, cinco em barbearias, três em postos de combustível e duas em transportes públicos. Até espaços como unidades de ensino, shoppings, presídios e lava-jatos registraram casos.
Um grito por segurança
Os números do Fogo Cruzado, que utiliza tecnologia para mapear a violência armada em tempo real, são um alerta para a gravidade da situação. A violência armada não é apenas uma estatística, mas uma realidade que rouba vidas, destrói famílias e perpetua o medo. A ausência de medidas eficazes para conter essa escalada de violência coloca em xeque a segurança pública na região metropolitana de Belém.
É urgente que autoridades, sociedade civil e organizações se unam para enfrentar essa crise, que transforma ruas, casas e espaços públicos em cenários de guerra.
A pergunta que fica é: até quando os moradores de Belém e região continuarão reféns dessa violência? A resposta exige ações concretas, e o tempo para agir é agora.