As líderes da empresa de bem-estar sexual OneTaste, conhecida por promover a chamada “meditação orgástica”, foram consideradas culpadas nesta segunda-feira (9/6) por aliciar membros da organização para realizar atos sexuais com clientes e investidores, conforme publicado por extra.globo O veredito foi anunciado após julgamento realizado no tribunal federal do Brooklyn, em Nova York, e marca a queda em desgraça da fundadora Nicole Daedone, de 57 anos, e da ex-chefe de vendas Rachel Cherwitz, de 44. 32q46
Após quatro semanas de julgamento, os jurados concluíram que as acusadas participaram de uma conspiração para cometer trabalho forçado. A decisão foi tomada após 12 horas e meia de deliberação ao longo de dois dias. Ambas agora enfrentam penas que podem chegar a até 20 anos de prisão. A sentença será proferida nas próximas semanas.
Durante o julgamento, promotores afirmaram que Daedone e Cherwitz conduziram uma campanha de coerção e abuso sexual ao longo de uma década. A própria Nicole chegou a se referir à OneTaste como um “culto sexual” nos primeiros anos de funcionamento da empresa, segundo os promotores.
Nove ex-funcionários testemunharam sobre o ambiente coercitivo dentro da organização. De acordo com seus relatos, as líderes manipulavam os membros para que realizassem atos sexuais indesejados como parte das atividades da empresa.
“Essas nove vítimas prestaram trabalho e serviços por mais de uma década, desde serviços braçais a atos sexuais”, declarou a procuradora-assistente dos EUA, Nina Gupta, durante as declarações finais do julgamento, realizadas na semana ada.
A defesa contestou as acusações. A advogada das rés afirmou que as vítimas “se divertiram muito”, argumentando contra a narrativa apresentada pelos promotores.
O caso ganhou notoriedade em 2018, após uma reportagem da agência Bloomberg trazer à tona denúncias de ex-funcionários da OneTaste. Eles relataram que a istração da empresa os obrigava a praticar sexo entre si e com clientes em potencial para impulsionar vendas. Uma fonte chegou a descrever a organização como uma “rede de prostituição”, enquanto outra a chamou de “religião”. “O orgasmo era Deus e Nicole era como Jesus”, afirmou.
Durante o julgamento, uma ex-funcionária detalhou os cursos “práticos” oferecidos pela empresa, incluindo um treinamento no qual era ensinada a ter orgasmos “com qualquer pessoa na rua”.
A OneTaste chegou a receber apoio do site Goop, da atriz Gwyneth Paltrow, e promoveu sua filosofia baseada no prazer sexual como ferramenta de bem-estar e empoderamento — agora desmascarada como fachada para coerção e abuso sistemáticos.