A cinco meses da COP 30, que colocará Belém no centro das discussões globais sobre mudanças climáticas, o distrito de Mosqueiro, um dos principais cartões-postais da capital paraense, agoniza em meio ao abandono. A apenas 80 km do coração da cidade, o que deveria ser um exemplo de beleza natural e preservação ambiental se transformou em um retrato de incúria, descaso do poder público, falta de educação ambiental da própria população e ausência de fiscalização.
O problema, antes apenas sanitário, agora assume contornos policiais, exigindo medidas urgentes.
Na Rua da Bateria, próximo à praia do Farol, uma das muitas praias da ilha que encantam turistas, montanhas de lixo se acumulam, exalando mau cheiro e causando revolta entre moradores e visitantes. Fotos e vídeos enviados ao portal Ver-o-Fato denunciam o cenário desolador: sacolas plásticas, restos de comida, garrafas e até móveis descartados tomam conta do espaço público, transformando a área em um lixão a céu aberto.
A situação é agravada pela ineficiência do poder público, que raramente realiza a coleta de resíduos na região. Quando a limpeza acontece, é insuficiente e esporádica, incapaz de conter o problema.
Moradores também têm culpa
Pior ainda é a conduta de parte da população local. Mesmo após a coleta, moradores sem noção de higiene ou consciência ambiental voltam a despejar lixo nas ruas, perpetuando um ciclo vicioso de degradação. O que era um problema de gestão pública se tornou também uma questão de comportamento coletivo, evidenciando a necessidade de ações mais contundentes.
No entanto, a ausência de fiscalização e medidas policiais para coibir o descarte irregular agrava ainda mais o quadro. A falta de punição para quem transforma vias públicas em depósitos de lixo reforça a sensação de impunidade.
Mosqueiro, que deveria brilhar como vitrine para os milhares de visitantes esperados na COP 30, hoje envergonha. O descaso com o distrito não é apenas uma falha istrativa, mas uma ameaça à imagem de Belém como sede de um evento global que preza pela sustentabilidade.
A situação na Rua da Bateria e em outras áreas do distrito exige ações imediatas: coleta regular de lixo, fiscalização rigorosa, punição aos infratores e, sobretudo, um esforço conjunto para conscientizar a população. Do contrário, o que será apresentado ao mundo em 2025 não será a beleza amazônica, mas um retrato de negligência que compromete o futuro de Mosqueiro e a credibilidade do evento.
A COP 30 está às portas, mas Mosqueiro clama por socorro. É hora de transformar indignação em ação, antes que o lixo e o abandono apaguem o brilho de um dos maiores tesouros de Belém.

Fotos enviadas ao Ver-o-Fato mostram o tamanho do descaso